A Igreja não tem garantias de que ela sempre terá um papa (sem interrupções); mas quando ela possui um, é garantida à ela um que seja Católico.

Monday, February 13, 2017

Outro "Mito Tribal" dos R&R (FSSPX/Resistência e afins)



"São Pedro (o primeiro papa) negou o próprio Cristo por três vezes
e não perdeu seu "papado", então por que os "papas" conciliares
não podem negar a doutrina de 
Cristo e continuar sendo papas?"

É de impressionar até onde vai o comportamento daqueles que auto-permitem uma lavagem cerebral feita pelos mitos da FSSPX, Resistência e afins.

Primeiro que Pedro quando negou a Cristo, ele ainda não era papa, ele só se tornou papa após a Ressurreição. Isso deveria ser sabido por qualquer um, ainda mais se tratando de um clero que se diz muito bem formado.


Em segundo lugar, ainda que ele já fosse papa, seu pecado foi o de "desmentir", por enorme medo e pressão, aquilo que intimamente ele acreditava: Cristo. Consequentemente, o pecado dele não foi o de apostasia e/ou heresia pública ensinada por documentos, discursos e ações para toda a Igreja universal. Mas deixemos um Santo e Doutor da Igreja elucidar-nos melhor:


"[A] negação que São Pedro fez no dia da Paixão não deve incomodá-lo; pois ele não perdeu a fé, mas apenas pecou quanto à confissão dela. O medo o fez desmentir o que ele acreditava. Acreditava certo, mas falou mal."
(São Francisco de Sales, A controvérsia Católica - Parte II, Art. VI, Cap. IV, p.IV, p. 259; ênfase do blog.)

E o renomado teólogo Dominicano, Garrigou-Lagrange, também tem algo a nos ensinar a respeito:

"O pecado de Pedro, cometido na tríplice negação de Cristo em sua Paixão foi um pecado contra a confissão externa da fé: "Eu não conheço o Cristo". Não foi comprovada a perda de fé. O Apóstolo teria perdido a fé e pecado mortalmente contra o obrigatório ato interior da fé, se ele tivesse admitido a negação em seu próprio coração ou deliberadamente duvidasse de qualquer verdade revelada sobre a qual houvesse recebido instruções suficientes. Praguejar e jurar exteriormente através do medo, ficam aquém das provas de que ele tenha feito isto." (Pe. Reginald Garrigou-Lagrange, O.P., As Virtudes Teológicas, Vol. 1: Sobre a Fé [St. Louis, MO: Herder, 1965], p249).

E para que não reste sombra de dúvidas de quão chulo seja o "argumento" deles, lembre-se que tal acontecimento cumpria a profecia de Cristo de que "antes que o galo cantasse, Pedro o negaria três vezes" (Mateus 26:34); mas, lembremos, também, que pouco depois da sua "tríplice negação", Pedro se arrepende amargamente e Jesus Cristo o restaura com sua "tríplice confirmação" no amor de Cristo, rendendo-lhe, assim, a responsabilidade de pastorear as suas ovelhas. (João 21:16-17)

Portanto, não dêem ouvidos aos "mitos tribais" dos R&R.



Saturday, February 11, 2017

São Tomás de Aquino e a Imaculada Conceição


A autoridade teológica de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) é insuperável na Igreja Católica. Ele é o Doutor Universal da Igreja. Ele é o santo padroeiro dos teólogos, filósofos, acadêmicos e das escolas católicas. Sua grande aprendizagem e compreensão foram combinados apenas por sua virtude radiante, especialmente sua castidade, e por esta razão, ele também é homenageado com o título de doutor angélico.

No entanto, não é raro encontrar em nossos dias, especialmente na internet, pessoas que tratam os ensinamentos sagrados do Doutor Universal como pouco mais do que opiniões glorificadas, desprovidas de autoridade genuína. Essas pessoas, que talvez não pudessem passar por um único exame de teologia dogmática, tendem a demitir rapidamente qualquer ensinamento de Santo Tomás que não lhes convém com base no fato de que, bem, "São Tomás estava errado sobre a Imaculada Conceição! "

Isso se tornou um meio popular "one-size-fits-all" para as pessoas neutralizarem a autoridade insuperável do Doutor dos Doutores, uma observação que, finalmente, serve como uma carte blanche para dissentir de Aquino em qualquer matéria teológica que um queira. "Possivelmente a maneira mais breve de lidar com tais disparates", aconselha um sedevacantista, "é perguntar ao especialista da poltrona se eles poderiam gentilmente explicar o que São Tomás ensinou sobre esta doutrina. O silêncio embaraçoso é a resposta usual." (Posição de Santo Tomás de Aquino sobre a Imaculada Conceição).

É hora de examinarmos essa acusação um pouco mais de perto: É realmente verdade? Santo Tomás de Aquino negou a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, definida como um dogma ex cathedra pelo Papa Pio IX em 1854?

Para responder a esta pergunta, direcionamos a atenção de nossos leitores para um artigo que explica exatamente o que Santo Tomás fez e não fez a respeito da Imaculada Conceição:

São Tomás e a Imaculada Conceição, Rev. P. Lumbreras, O.P.
(Homilética e Pastoral Review XXIV [1924], nº 3, pp. 253-263)

Como explica o autor Dominicano, existem nove maneiras diferentes de entender o termo "imaculada conceição". Santo Tomás negou as oito primeiras desses significados e, em relação a nono, não falou nada. Foi, no entanto, a imaculada conceição do nono sentido que foi definida como dogma por Pio IX. Em outras palavras, Tomás de Aquino só negou todas as definições errôneas de "imaculada conceição" e simplesmente nunca considerou como uma possibilidade a que acabou sendo proclamada dogma.

O cerne teológico da questão era manter o dogma de que Nosso Senhor Jesus Cristo redimiu todos, inclusive a Mãe Santíssima, ao mesmo tempo em que afirmou sua total impecabilidade. Se a Mãe de Deus estava inteiramente livre do pecado, como então ela precisava de um Redentor? "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se regozija em Deus, meu Salvador" (Lc 1, 46-47, Rm 5:12). Em 1661, o Papa Alexandre VII formulou a resposta: "... sua alma, desde o primeiro instante de sua criação e infusão em seu corpo, foi preservada imune por uma graça especial e privilégio de Deus da mancha do pecado original, tendo em vista o Mérito de seu Filho, Jesus Cristo, Redentor de nossa raça humana ... " (Constituição Apostólica Sollicitudo Omnium Ecclesiarum, Denz. 1100).

Em 8 de dezembro de 1854, o Papa Pio IX fez a proclamação infalível:

"Nós declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina segundo a qual a Santíssima Virgem Maria, na primeira instância de sua concepção, por uma graça e privilégio singular concedido pelo Deus Todo-Poderoso, em vista dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da raça humana, foi preservada livre de toda a mancha do pecado original, é uma doutrina revelada por Deus e, portanto, deve ser crido firmemente e constantemente por todos os fiéis."
(Papa Pio IX, Constituição Apostólica Ineffabilis Deus)

Deste modo, Santo Tomás não negou o que foi definido. Como o Pe. Lumbreras demonstra no artigo acima, o Doutor Angélico afirmou os próprios princípios que finalmente levaram à definição dogmática da Imaculada Conceição. Dizer que Aquino "estava errado na Imaculada Conceição" é, assim, uma meia-verdade, na melhor das hipóteses, e certamente nunca deve ser usado para questionar a credibilidade do Doutor Universal ou para contestar sua autoridade.

Os seguintes documentos papais ressaltam e reiteram o status de Santo Tomás de Aquino como o maior professor teológico da Igreja:

Papa Leão XIII, Encíclica Aeterni Patris (1879)
Papa São Pio X, Motu Proprio Doctoris Angelici (1914)
Papa Pio XI, Encíclica Studiorum Ducem (1923)

O ensino do Doutor Angélico é também o antídoto perfeito para o Modernismo. Os hipócritas modernistas de hoje pervertem e minam o pensamento de Santo Tomás em sua teologia do ressourcement. Como Papa Pio XI aconselhou:

[...] Se quisermos evitar os erros que são a origem e a fonte de todas as misérias do nosso tempo, o ensinamento de Aquino deve ser adotado com mais religiosidade do que nunca. Pois Tomás refuta as teorias propostas pelos modernistas em todas as esferas, na filosofia, protegendo, como lhe recordamos, a força e o poder da mente humana, e demonstrando a existência de Deus pelos argumentos mais convincentes; Na teologia dogmática, distinguindo a ordem sobrenatural da natural e explicando as razões da crença e os próprios dogmas; Em teologia, mostrando que os artigos de fé não se baseiam na mera opinião, mas na verdade e, portanto, não podem mudar; Na exegese, transmitindo a verdadeira concepção da inspiração divina; Na ciência da moral, na sociologia e no direito, estabelecendo princípios sólidos de justiça jurídica e social, comutativa e distributiva, e explicando as relações entre justiça e caridade; Na teoria do ascetismo, por seus preceitos sobre a perfeição da vida cristã e a confusão dos inimigos das ordens religiosas em seu próprio tempo. Por fim, contra a liberdade muito vangloriada da razão humana e sua independência em relação a Deus, ele afirma os direitos da Verdade primária e a autoridade sobre nós do Supremo Mestre. É, portanto, claro porque os modernistas estão amplamente justificados em temer tanto um doutor da Igreja como Tomás de Aquino. (Papa Pio XI, Encíclica Studiorum Ducem, 27)


Não é de admirar que o "Papa" Francisco tenha criticado recentemente o "escolasticismo decadente", que ele distintamente distinguiu, naturalmente, do "verdadeiro" Santo Tomás.

Durante sua vida, Aquino produziu uma abundância de escritos teológicos e filosóficos. Está aqui uma seleção pequena na tradução inglesa:

Summa Contra Gentiles: Print Book | Online Text

Summa Theologica:  Texto on-line
Disputed Questions on Truth: Imprimir Livro
Disputed Questions on Evil: Imprimir Livro
Contra o Orthodox oriental (Schismatics grego): Texto on-line
Contra os muçulmanos e os ortodoxos orientais: Texto on-line
Antologia de Escritos Selecionados: Imprimir Livro

Para acesso on-line a inúmeros artigos digitalizados sobre doutrina Tomista (e muito mais), recomendamos: The Catholic Archive.

Um pouco de conhecimento é uma coisa perigosa. Que esta pequena postagem possa ajudar a aumentar o conhecimento genuíno e dissipar a ignorância.

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http://novusordowatch.org/2017/01/thomas-aquinas-immaculate-conception/


Friday, February 10, 2017

FSSPX e o 'fruto amargo'... Olha quem está falando!

Se algum adepto do R&R (FSSPX, Resistência e afins) tentar descreditar o Sedevacantismo com a fábula de que seus frutos ruins, de alguma forma, desqualifica seus argumentos teológicos, mostre esse vídeo á ele.



Tuesday, February 7, 2017

O Papa dita... Mas VOCÊ é quem decide!



Ficções Papais (Parte I) - O Conto sobre Nestório



Novos-velhos argumentos dos "Reconhecer & Resistir" (FSSPX, Resistência, etc.)

Dado o grande número de pessoas que a cada dia vão acordando para a triste realidade/reconhecimento a respeito da vacância da Sé, parece que os aderentes da posição R&R vão se encontrando mais e mais incomodados. Muitos deles se incomodam porque eles realmente acreditam poder "reconhecer" o papa, ainda que não obedecendo-o em absolutamente nada. Outros porque se preocupam com a parte política-financeira e a perda substancial de fiéis. A intenção do artigo é apontar seus erros, e não tentar decifrar quais deles erram honestamente e quais erram por maldade, isso compete a Deus. Dito isso, passemos a responder um dos últimos ataques, afinal, olhando rapidamente, eles podem parecer ir contra o sedevacantismo, quando, na verdade, não passam de julgamento temerário ou de uma total ignorância sobre o que se baseia a posição sedevacantista.


Argumento #1


"Omitir o nome do Papa no Cânon da Missa é equivalente a declarar-se fora da Igreja, e tal atitude tornaria a Missa mutilada e incompleta." (Papa Pelágio I) [1]


Resposta:

Ora, nenhum sedevacantista nega que se alguém retirar o nome "do Papa" do Cânon da Missa, tal ato seria cismático e faria a Missa ser, neste caso, "mutilada e incompleta". Acontece que Bergoglio "não é papa"; ou seja, tais pessoas desconsideram a própria essência do que veio a ficar conhecido como "Sedevacantismo"; ou seja, a posição de que a Santa Sé encontra-se vacante porque hereges públicos não são católicos, e não-católicos não fazem parte da Igreja, e "aqueles que não fazem parte da Igreja, não podem ser sua cabeça". Portanto, não há como eles retirarem o nome "do papa" de coisa alguma, já que não há nenhum papa reinante. Hereges manifestos vestidos de branco em Roma não significa que "habemus papam".

“Seria absurdo pretender que um homem excluído da Igreja tenha autoridade na Igreja” (Papa Leão XIII, Satis Cognitum, § 75) (1896)

“Esse princípio é certíssimo. O não-cristão não pode, de maneira alguma, ser Papa, coisa que o próprio Caetano admite (lib. c. 26). A razão disso é que um indivíduo não tem como ser cabeça daquilo de que ele não é membro; ora, quem não é cristão não é membro da Igreja, e um herege manifesto não é cristão, tal como foi ensinado claramente por São Cipriano (lib. 4, epist. 2), Santo Atanásio (Scr. 2 cont. Arian.), Santo Agostinho (lib. de great. Christ. cap. 20), São Jerônimo (contra Lucifer) e outros; consequentemente, o herege manifesto não pode ser Papa.” (São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, lib. II, cap. xxx)




Argumento #2

"Catecismo de São Pio X - sobre o nono artigo do Credo dos Apóstolos:

A Igreja em particular

12 Pergunta: As muitas sociedades de pessoas batizadas, mas que não reconhecem o Pontífice Romano como Cabeça, não pertencem, portanto, à Igreja de Jesus Cristo?

R: Não, aqueles que não reconhecem o Pontífice Romano como sua Cabeça não pertencem à Igreja de Jesus Cristo."
[2]


Resposta:

Exato mesmo erro do argumento de número #1. Não reconhecer "o Papa" coloca-nos para FORA da Igreja; ora, qualquer sedevacantista reconhece isto. Acontece que não podemos, por outro lado, reconhecer HEREGES PÚBLICOS como o vigário de Cristo na terra. Gostaria que o pessoal da FSSPX/Resistência percebesse que, "reconhecer" o Pontífice Romano requer muito mais do que simplesmente dizer que o "reconhece" e colocar uma fotografia do mesmo na entrada de suas capelas.

"Agora, como é possível para um homem estar unido com o Vigário de Cristo, se ele rejeita sua autoridade sagrada, se ele viola os direitos em virtude daquilo que o Vigário assegura ser, na cabeça da Igreja, no centro da unidade, possuidor da primazia da ordem e jurisdição, e do divino poder transmitido para ele em toda plenitude de pastorear, reger e governar a Igreja Universal?" [Papa Gregório XVI, Encíclica Commissum divinitus 1835]

"Em erro perigoso estão, pois, aqueles que julgam poder unir-se a Cristo, Cabeça da Igreja, sem aderirem fielmente ao Seu Vigário na Terra." (Papa Bonifácio III, Carta Apostólica Unam Sanctam)

"...estão separados da comunhão da Igreja aqueles que não estão em concordância com a Sé Apostólica". [Papa Pio IX, Letter from the Holy Office, Sept. 16 1864]

"Encontram-se em perigoso erro, portanto, aqueles que pensam poder estar com Cristo, cabeça da Igreja, sem aderir fielmente ao seu Vigário na terra." [Papa Pio XII, Encíclica Mystici Corporis 1943]

"Ninguém está na Igreja de Cristo, e ninguém permanece nela, a não ser que ele reconheça e ACEITE COM OBEDIÊNCIA a autoridade e poder de Pedro e seus legítimos sucessores". [Papa Pio XI, Encíclica Mortalium Animos, 1928]

Ou seja, será que eles não percebem que, objetivamente falando, são eles que se encontram em "perigoso erro", ou "fora da Igreja", por acreditarem ser possível reconhecer o Vigário de Cristo, mas rejeitar sua "autoridade, seu direito e seu divino poder"???



Argumento #3


"O papa é cabeça da "igreja Conciliar", mas também da Igreja Católica." [3]

Resposta:


O argumento é ilógico e blasfemo, ainda que essa não seja suas intenções.

"Os apóstolos e seus sucessores são vigários de Deus no governo da Igreja, que é construída sobre a fé e os sacramentos da fé. Portanto, da mesma forma que ela não pode instituir uma outra Igreja, ela não pode oferecer uma outra fé, nem instituir outros sacramentos."
[São Tomás de Aquino, Summa Theologica, III, q. 64, art. 2, ad. 3]




Argumento #4


Acreditem ou não, os aderentes do R&R retiram coisas desse tipo da cartola:

"O Papa ou a Igreja? Magistério Ordinário autêntico ou Magistério Falível... " [4]

Resposta:

Deixemos que o Papa Leão XIII ensine-lhes uma lição: 


"Essa é nossa última lição para vocês: receba e grave em suas mentes todos vocês: pelo mandamento de Deus, a salvação não é encontrada em nenhum lugar que não seja na Igreja, o instrumento forte e efetivo da salvação não é nada mais que o Pontificado Romano". [Allocution for the 25th anniversary of his election, 1903]

E o Papa Pio IX também: 


"A Igreja nunca pode ser conciliada com o erro, e o Papa não pode estar separado da Igreja". [Allocution to Roman pilgrims from abroad, November 27, 1871]

"Ubi ergo Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia, ibi nulla mors sed vita aeterna - Aonde está Pedro, aí está a Igreja. Aonde está a Igreja, lá a morte não se encontra, mas a vida eterna." [Santo Ambrósio: In Psalmum XL Enarratio, PL XIV, 1134]

Logo, querer colocar a Igreja e o Vigário de Cristo como coisas distintas, adversárias ou contraditórias é no mínimo ilógico, e objetivamente herético.




Argumento #5


"O papa Francisco é um herege que não possui a fé, nós admitimos, mas nós não podemos julgá-lo, temos que esperar pela Igreja." [5]

Resposta:

"Um papa que se torna um herege manifesto perde automaticamente seu ofício... e toda sua jurisdição". [São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, II, 30]

"Se um papa, como pessoa privada, jamais caísse em heresia, ele cairia de seu pontificado de uma só vez." [Santo Afonso Ligório, Oeuvres Completés. 9:232]

“Seria absurdo pretender que um homem excluído da Igreja tenha autoridade na Igreja” (Papa Leão XIII, Satis Cognitum, § 75) (1896)

“Esse princípio é certíssimo. O não-cristão não pode, de maneira alguma, ser Papa, coisa que o próprio Caetano admite (lib. c. 26). A razão disso é que um indivíduo não tem como ser cabeça daquilo de que ele não é membro; ora, quem não é cristão não é membro da Igreja, e um herege manifesto não é cristão, tal como foi ensinado claramente por São Cipriano (lib. 4, epist. 2), Santo Atanásio (Scr. 2 cont. Arian.), Santo Agostinho (lib. de great. Christ. cap. 20), São Jerônimo (contra Lucifer) e outros; consequentemente, o herege manifesto não pode ser Papa.” (São Roberto Belarmino, De Romano Pontifice, lib. II, cap. xxx)

Canon 188.4, do Código de Direito Canônico de 1917:

“Há certas causas as quais efetuam a tácita (silenciosa) demissão de um posto, cuja demissão é aceita antecipadamente pela operação da lei, e, por conseguinte, são efetivas sem qualquer declaração. Essas causas são… (4) se ele publicamente deserdou da fé.”

Muitas outras citações e exemplos poderiam ser dados, mas creio que estes sejam suficientes no momento.



Argumento #6


"O sedevacantismo não pode estar certo porque Nossa Senhora em Fátima disse que um Papa iria consagrar a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, se não há papa, não há consagração; mas como Nossa Senhora não pode falhar, falho então é o sedevacantismo." [6]

Resposta:

Primeiramente, para o Católico, a Revelação Divina (Sagrada Escritura e Tradição) sempre estará a frente da Revelação Privada (Aparições, visões, etc.), caso elas se contradigam.

Consequentemente, sabemos pela Revelação Divina que Deus estabeleceu uma Igreja "Santa", e que Ele prometeu em "perpetuidade" o Seu infalível auxílio através do Espírito Santo a "Pedro e seus sucessores". Logo, se testemunhamos um "Pedro" herege, blasfemo, apóstata, excomungado, sabemos que ele não pode ser o verdadeiro e legítimo Pedro, caso contrário a promessa de Cristo teria sido falsa.

Por outro lado, sabemos que os Modernistas tiveram oportunidades mil para distorcer documentos, omitir segredos e, aparentemente, até inventar uma outra irmã Lúcia para criar uma nova mensagem de Fátima. Logo, o que nos garante que eles não tenham mudado significativamente sua essência ou suas mensagens e segredos? Quem nos garante, por exemplo, que o famoso Terceiro Segredo não seria para alertar-nos sobre esses falsos papas das últimas décadas? Afinal, a data alegada para a sua revelação ("no mais tardar 1960"), coincide com a época em que surgiria o primeiro falso papa (1958). Curioso, não? Quem sabe a verdadeira mensagem de Fátima não esteja mais intimamente ligada com a vacância da Sé do que imaginamos? Eu diria que tal hipótese não é de se descartar...

E, para terminar, o sedevacantismo não nega que poderemos voltar a ter um papa no dia de amanhã, logo, tal consagração poderia ser cumprida sem qualquer problema.



Argumento #7


"Os Sedevacantistas julgam o papa". [7]

Nada mais longe da verdade. Não há como nós, os sedevacantistas, julgarmos o papa se no presente momento não há papa. Se nós tivéssemos, tenha certeza que o obedeceríamos e respeitaríamos. A FSSPX, Resistência e afins, por outro lado, acreditam que estes homens sejam papas, e ainda assim desobedecem, desrespeitam e até caçoam da pessoa que eles chamam de papa.

Acreditem ou não, até abaixo assinado eles fazem para "tentar depô-lo". Como se pudéssemos julgar o Vigário de Cristo na terra (o homem que a Igreja ensina infalivelmente não poder ser julgado por ninguém nesse mundo), com um mero apanhado de assinaturas. Seria risório se não fosse trágico tal atitude. Alguns chegam a ter a audácia de admitir que 'Francisco' venha a ser um anti-papa, ou mesmo o anti-Cristo, mas jamais que a Sé esteja vacante... Isso que eu chamo de uma diabólica contradição.


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[1] Unbrandable @ Cor-Mariae  "[Papa] Pelagius I disse que omiti-lo [una cum famulo] seria equivalente a declarar-se fora da Igreja, enquanto que de acordo com Ennódio de Pavia iria tornar o sacrifício mutilado e incompleto" (The Sacramentary: Historical and Liturgical Notes Sobre o Missal Romano, Ildefonso Schuster, Vol. I, página 273)

[2] Martius @ Cor-Mariae http://cor-mariae.com/index.php?threads/sedevacantism-is-creeping-into-the-false-resistance.4848/


[3] Dominicans of Avrillé e Padre Trincado http://nonpossumus-vcr.blogspot.com.br/2014/08/una-jerarquia-para-dos-iglesias.html


[4] O delirante e comediante Br. Athanasius/Sean Johnson/Seraphim @ ABLF3 http://ablf3.com/threads/the-authentic-magisterium-saves-us-from-sedevacantism.842/


[5] Padre Chazal a partir do minuto 44:50 https://www.youtube.com/watch?v=zkoG3rznTwQ  


[6] 
Fatima Center, Rev. Nicholas Gruner e praticamente todo o restante dos grupos R&R.


[7] Praticamente todo meio relacionado a FSSPX e Resistência usam esse "argumento".