A Igreja não tem garantias de que ela sempre terá um papa (sem interrupções); mas quando ela possui um, é garantida à ela um que seja Católico.

Sunday, March 8, 2020

A Missa 'Una Cum'

[Extraído da edição do Boletim de janeiro do Seminário do MHT] 



Estou certo de que a maioria de vocês estão familiarizados com a nossa estrita postura quanto à participação na Missa 'Una Cum'. Nós, do clero do Instituto Católico Romano, consideramos que é objetivamente um sacrilégio participar ativamente de uma missa na qual Bergoglio (ou o bispo local do Novus Ordo) ) é mencionado no cânone. 

Deixe-me demonstrar os motivos. Para que uma Missa seja uma Missa Católica, não basta que seja meramente válida, mas também deve ser oferecida em união com, e em submissão e obediência à hierarquia da Igreja Católica. Assim como você não pode separar o catolicismo da hierarquia católica, também não pode divorciar a missa, o ato central de adoração, da hierarquia católica. 

Quando um verdadeiro papa está reinando, a Missa deve conter o nome do verdadeiro papa na primeira oração do cânon, o 'Te Igitur.' Se o bispo da Diocese está vivo, seu nome também deve ser pronunciado no mesmo local. É uma profissão de comunhão com o Romano Pontífice e com seu representante, o bispo da Diocese, e, portanto, de submissão e obediência a eles também. Esse gesto pequeno, mas muito importante, é o que distingue uma missa católica de uma missa cismática. 

Os cismáticos gregos (chamados de "ortodoxos") têm uma liturgia que é inteiramente católica, pois é a liturgia antiga usada antes do rompimento de Roma. Mas pelo simples fato de deixar de fora o nome do papa, sua Missa, embora válida, não é católica e é sacrílega. Por que sacrílega? Porque fazem uso de uma coisa sagrada, a Santa Eucaristia, de maneira imprópria.

Como é, então, a Missa Católica quando há a vacância na Sé Romana? Para que a Missa seja católica na vacância Romana, é necessário que nenhum nome de papa seja mencionado no Cânon enquanto a Sé estiver vazia. Ainda existe uma profissão de comunhão, submissão e obediência ao Romano Pontífice, na medida em que os fiéis aguardam a eleição de um novo papa, a quem serão devidamente submetidos.

Dito isto, agora vamos ver o caso de Bergoglio. Bergoglio não é essencialmente o verdadeiro Pontífice Romano. A razão é que ele promulgou heresias para a Igreja e condenou doutrinas em seu magistério. O dom de indefectibilidade, doutrina, adoração e disciplina da Igreja, torna impossível que um papa verdadeiro engane os fiéis por falsas doutrinas e por liturgia maligna. A indefectibilidade diz respeito à fé e, consequentemente, devemos concluir, diretamente da fé, que é impossível que Bergoglio seja papa, portanto, é necessário que seu nome não apareça no Cânon. Somente assim a Missa seria uma Missa Católica. Pois colocar o nome de um falso papa no Cânon da Missa é torná-la uma missa cismática.

Devo dizer aqui que tenho certeza de que quase todos os que assistem à Missa 'Una Cum' o fazem com boas intenções. Eles ignoram esses princípios e apegam-se apenas a uma vaga idéia de permanecer fiéis ao papa. Se for esse o caso, eles são dispensados ​​do pecado.

Uma causa de escusa, no entanto, não é uma causa justificável. Esse é um princípio da teologia moral, que significa que a ignorância dispensa da culpa, mas não justifica o ato. Se um homem atira em algo que se move na floresta, pensando ser um cervo, e na verdade é um homem, ele é dispensado da culpa, mas seu ato não é justificável. Em si, é um ato ruim.

O que anda de mãos dadas com a Missa 'Una Cum', e que na maioria dos casos é oriundo da Fraternidade São Pio X, é a doutrina do "Reconhecer e Resistir", que necessariamente flui de sua posição. Pois, por um lado, professam submissão a Bergoglio, mas, por outro lado, resistem a ele em praticamente todas as coisas, como se ele não existisse.

Reconhecer e resistir é cismático. O Papa Pio IX disse isso. Na Encíclica Quartus Supra, de 6 de janeiro de 1873, ele disse a um grupo de Armênios que afirmavam ser católicos, mas que não sentiam que deveriam obedecer o papa:


"De fato, é tão contrário à constituição divina da Igreja, como à tradição perpétua e constante, que alguém tente provar a catolicidade de sua fé e realmente se considerar católico, quando se falha na obediência à Sé Apostólica. 

Pois a Igreja Católica sempre considerou cismáticos todos aqueles que obstinadamente resistem à autoridade de seus prelados legítimos, e especialmente seu pastor supremo, e qualquer um que se recusa a executar suas ordens e até mesmo a reconhecer sua autoridade. Os membros da facção Armênia de Constantinopla, seguindo essa linha de conduta, ninguém, sob qualquer pretexto, pode acreditar que eles sejam inocentes do pecado do cisma, ainda que não tenham sido denunciados como cismáticos pela autoridade apostólica." [ênfase adicionada]

O mesmo Papa Pio IX, na Encíclica Quæ in patriarchatu, de 1º de setembro de 1876, dirigiu desta vez a alguns Caldeus que estavam reivindicando submissão ao papa, mas que ignoravam suas ordens:
 
"De que adianta proclamar em voz alta o dogma da supremacia de São Pedro e seus sucessores? De que adianta repetir diversas vezes declarações de fé na Igreja Católica e de obediência à Sé Apostólica, quando as ações desmentem essas belas palavras? Além disso, não seria a rebeldia prestada ainda mais indesculpável pelo fato da obediência ser reconhecida como um dever? Ademais, a autoridade da Santa Sé não se estende, como sanção, às medidas que fomos obrigados a tomar, ou é suficiente estar em comunhão de fé com essa Sé sem acrescentar a submissão da obediência, -- tal qual não pode ser mantida sem prejudicar a Fé Católica?

De fato, Veneráveis ​​Irmãos e filhos amados, é uma questão de reconhecer o poder [desta Sé], mesmo sobre suas Igrejas, não apenas no que diz respeito à fé, mas também no que diz respeito à disciplina. Aquele que nega isso é um herege; aquele que reconhece isso e obstinadamente se recusa a obedecer é digno de anátema." [ênfase adicionada]

O ponto é que a posição da Fraternidade São Pio X, reconhecendo Bergoglio como papa, mas agindo ao mesmo tempo como se ele não existisse, fazem-os cair sob essas severas condenações do Papa Pio IX. A participação em sua Missa 'Una Cum', portanto, é uma profissão aberta do que é precisamente condenado pelo Papa Pio IX. A FSSPX está perante um dilema. Pois, ou Bergoglio é papa, ou não é papa. Se ele for papa, a Missa 'Una Cum' da FSSPX é cismática, uma vez que não é autorizada por ele. Se ele não for papa, a Missa 'Una Cum' da FSSPX é cismática porque é oferecida em união com um falso papa. Pois, apesar de quaisquer concessões que tenham sido dadas à FSSPX, seus padres permanecem suspensos, seu apostolado não é autorizado e, se Bergoglio for papa, é um pecado mortal toda vez que eles rezam a Missa.

Em ambos os casos, portanto, sua Missa é cismática, e aqueles que dela participam ativamente estão cometendo objetivamente um pecado mortal. 

Reviso essas explicações com nossos fiéis, pois eles devem entender os fundamentos de nossa posição. Muitos tentam dizer: "Bem, mas é justificável ir à Missa 'Una Cum' se você precisar dos sacramentos e não fizer nada além disso". 

Isso é falso, porque nunca se pode, em nenhuma circunstância, postular um ato cismático.




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