A Igreja não tem garantias de que ela sempre terá um papa (sem interrupções); mas quando ela possui um, é garantida à ela um que seja Católico.

Saturday, September 10, 2016

Já Chegou Morto: Verdadeiro ou Falso Papa (Traduzido)




Créditos: Canal Romanitá

O Limite Católico


(I) Devido ao fato de que muitos dos pontos que eu trago para os artigos estão sendo negligenciados ou esquecidos, decidi destacá-los em uma série de artigos. Vou acrescentar outros pontos relativos ao sedevacantismo e aos ataques a ele.

A posição atual da maioria de todos os sedevacantistas é a de que nenhum dos papas do Vaticano II perdeu o pontificado. [Pois] Eles nunca o tiveram. Portanto, todos os argumentos sobre um papa perder seu ofício, na verdade, não se aplicam ao sedevacantismo.

No entanto, nossa posição é a mesma sobre como um papa perde seu ofício por meio da heresia, apostasia ou cisma. Ele o perde automaticamente, por si mesmo, sem [a necessidade de] uma declaração da Igreja. Isso é chamado de deserção da fé e os cânones 188,4 e 1325 os cobrem.


De acordo com a Igreja, ninguém, nem mesmo toda a Igreja, pode julgar ou declarar um verdadeiro papa como um antipapa herético. Ninguém é necessário dizer que um antipapa é um antipapa. Portanto, todos os argumentos que defendem julgar ou declarar um verdadeiro papa como sendo herético são, intrinsecamente, uma própria heresia.


https://stevensperay.wordpress.com/2016/09/01/the-catholic-bottom-line/


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(II) A Igreja fundada por Cristo é Santa. Esta segunda marca da Igreja é de fide.

O Concílio Vaticano I declarou que "na Sé Apostólica a religião Católica foi sempre preservada sem mácula, e santa doutrina celebrada."

O Concílio de Trento, Sessão XXII, Can. 7: Se alguém disser que as cerimonias, as vestimentas, e sinais exteriores, que a Igreja Católica usa na celebração das missas, são incentivos para a impiedade, ao invés de serviços de piedade: seja anátema [cf. n. 943]. (D. 954.)

Papa Gregório XVI declarou: "Além disso, a disciplina sancionada pela Igreja não deve nunca ser rejeitada ou dita contrária a determinados princípios da lei natural. Ela não deve nunca ser chamada aleijada, ou imperfeita, ou sujeita à autoridade civil ". (Mirari Vos)

Papa Leão XIII declarou: "Deve se ter, também, o apropriado e devoto culto de Deus, que é para ser encontrado principalmente no sacrifício divino e na dispensação dos Sacramentos, bem como nas salutares leis e disciplina. Tudo isso deve ser encontrado na Igreja, uma vez que ela continua a missão do Salvador para sempre. Somente a Igreja oferece tal religião para a raça humana - esse estado de perfeição absoluta - que Ele desejou, por assim dizer, ser incorporado na mesma. E só ela fornece os meios de salvação que corroboram com os conselhos ordinários da Providência". (Satis Cognitum)

O Papa Pio XI declarou: "Não menos importante entre as bênçãos que resultaram da pública e legítima honra prestada à Virgem e aos santos, é a perfeita e perpétua imunidade da Igreja contra o erro e heresia." (Quas Primas)

Uma Igreja que promove ensinamentos ou práticas heréticas ou errôneas por lei e decreto, não seria santa. Mesmo a liturgia é perfeita. Este artigo de fé é negado por muitos porque as leis, a liturgia, as práticas,ou as doutrinas, são consideradas aleijadas, prejudiciais e profanas.

(Comentário) Uma vez que a Enciclopédia Católica foi recentemente objeto de recurso para os círculos R & R (no contexto da infalibilidade da canonizações), eu suponho que nenhuma objeção seria levantada na citação do seguinte excerto, da mesma obra, sobre o tema do "Cisma" (ênfases em negrito meus):

"Vários motivos foram apresentados para justificar Cisma:

(1) Alguns reivindicaram a introdução de abusos na Igreja, novidades dogmáticas e litúrgicas, superstições, pelas quais eles são permitidos, ou mesmo obrigados, a não se aliarem .... As doutrinas dos Padres excluem, a priori ,qualquer tentativa de justificação; usando as mesmas palavras deles: é proibido para os indivíduos, Igrejas particulares ou nacionais se constituírem juízes da Igreja universal...".

https://stevensperay.wordpress.com/2016/09/05/the-catholic-bottom-line-part-ii/#comments

Friday, September 9, 2016

Resistência e Indefectibilidade



A raíz de todas as disputas: Aonde está a Igreja?


O mais deplorável dentre aqueles que resistiram às mudanças do Vaticano II, é que eles próprios não se entendam bem uns com os outros. Pois, ainda que eles concordem com a necessidade fundamental de resistir a reforma do Concílio Vaticano II, conseguem detonar uns aos outros em relação a outras questões. Na verdade, os tradicionalistas gastam a maior parte de suas energias no combate entre si mesmos, e não aos modernistas. Tal coisa deve certamente ser uma delícia para o diabo, uma vez que esta luta interna enfraquece incomensuravelmente a resistência ao modernismo.

A raíz de quase todas as disputas está na questão da Igreja. Onde está a Igreja? A Fé Católica deve ser identificada com a religião do Novus Ordo? Esta questão é espinhosa, uma vez que, se você responder afirmativamente que sim, ou seja, que a religião do Novus Ordo é a fé católica, logo, uma resistência a ela torna-se cismática e possivelmente herética. Por outro lado, se a resposta for negativa, então surge o problema da Igreja Católica, sem uma hierarquia visível.

Assim, a grande linha divisória entre os diversos campos de "tradicionalistas" é a questão da Igreja. E porque o papa é a cabeça visível da Igreja, esta controvérsia expressa-se naturalmente nos termos do "papado" de João Paulo II. A razão pela qual tantos "tradicionalistas" vê-lo como papa, aliás, insistem que ele é o papa, não é porque eles estão encantados com a sua teologia. Pelo contrário, é porque eles vêem como uma necessidade teológica a identificação da religião Novus Ordo e a Igreja Católica Romana. Eles vêem isso como uma necessidade por causa da indefectibilidade da Igreja, i.e., que deve perdurar até o fim dos tempos com uma hierarquia visível. Disto eles concluem que, herege ou não, João Paulo II e o colégio de bispos do Novus Ordo são a hierarquia da Igreja Católica, uma vez que eles tenham sido devidamente eleitos e nomeados, e sucederam a Sé de seus predecessores Católicos. Negar isso, eles dizem, é negar a Igreja. Repudiem esta hierarquia, eles dizem, e você é cismático, pois você está se desligando da hierarquia Católica.

Do outro lado, no entanto, a indefectibilidade dita exatamente a conclusão oposta. O Vaticano II é herético. João Paulo II é herético. Os bispos são heréticos. Os novos sacramentos não são católicos, e na maioria dos casos são duvidosamente válidos ou claramente inválidos. Em nome da indefectibilidade, portanto, esses "tradicionalistas" declararam ser uma necessidade teológica que a religião do Novus Ordo não seja a fé católica e, consequentemente, a hierarquia Novus Ordo não seja a hierarquia católica.

Este desacordo amargo, que surge ironicamente do mesmo princípio da indefectibilidade, é o resultado do fato de que esses papas e bispos que sucederam, pelas vias normais de sucessão, para os lugares dos papas e bispos católicos pré-conciliares, têm produzido, através do Vaticano II e suas reformas subsequentes, uma religião que não é identificável com a fé Católica de dois mil anos. Daí a pergunta é: aonde está a indefectibilidade? Estaria ela com a Fé? Ou será que ela se encontra com a sucessão visível de papas e bispos desde os tempos dos Apóstolos?
A resposta é que a infalibilidade da Igreja Católica encontra-se com ambos, e negar um ou outro seria um "grave e pernicioso erro", para usar as palavras do Papa Leão XIII.

Se considerarmos o fim principal de Sua Igreja e as próximas causas eficientes da salvação, ela é sem dúvida, espiritual; mas em relação áqueles que a constituem, e as coisas que levam a esses dons espirituais, ela é externa e necessariamente visível.
Por esta razão a Igreja é tão frequentemente chamada um corpo nas Sagradas Escrituras, e até mesmo o corpo de Cristo - "Ora, vós sois corpo de Cristo" (I Cor 12:27) - e, precisamente porque ela é um corpo que ela é visível: pois é o corpo de Cristo que vive e revigora, porque pela infusão de seu poder Cristo a guarda e sustenta, assim como a videira dá nutrição e torna fecundos os ramos unidos a ela. E como em animais o princípio vital é invisível, e é evidenciado e manifestado pelos movimentos e ações dos membros, de modo que o princípio da vida sobrenatural na Igreja é claramente demonstrado no que é feito por ela.

Disto se segue que aqueles que arbitrariamente evocam para si uma imagem da Igreja escondida e invisível estão em grave e pernicioso erro: assim como também aqueles que consideram a Igreja como uma instituição humana que reivindica uma certa obediência na disciplina e deveres externos, mas que é desprovida da comunicação perene do dom da graça divina, e sem tudo aquilo que atesta por constantes e incontestáveis ​​sinais para a existência de uma vida que é extraída de Deus. É atestado e tido como impossível que a Igreja de Jesus Cristo pudesse ser a única ou a outra, tal qual um homem devesse ser, ou um corpo, ou só uma alma. A ligação e a união de ambos os elementos são tão absolutamente necessários para a verdadeira Igreja como a íntima união da alma e do corpo é para a natureza humana. (Papa Leão XIII, Encíclica Satis Cognitum, 29 de junho, 1896)


I. A Infalibilidade da Igreja

A noção fundamental da indefectibilidade é que a Igreja deve perdurar até o fim dos tempos com a natureza essencial e as qualidades com que Cristo dotou-a em sua fundação. Em outras palavras, é impossível que a Igreja Católica sofra uma mudança substancial. Pode, de fato deve, sofrer muitas mudanças acidentais, especialmente em suas leis, a fim de reagir com prudência perante diferentes circunstâncias em diversas épocas, mas essas alterações acidentais não devem nunca tocar a substância da fundação de Cristo. Esta indefectibilidade é um certo sinal da origem e caráter sobrenatural da Igreja, pois nenhuma organização humana poderia percorrer dois mil anos e permanecer essencialmente a mesma. Sua indefectibilidade é cada vez mais um sinal de sua origem e assistência divina, quando se considera quantas vezes e com que força os inimigos da Igreja têm tentado fazê-la mudar essencialmente.


O que é essa natureza essencial? Quais são essas qualidades essenciais?

O indefectibilidade primária da Igreja Católica está na doutrina. A Fé objectivamente considerada, isto é, o depósito da sagrada doutrina revelada, é a base de toda a estrutura da Igreja Católica. Da mesma forma, a fé subjetivamente considerada, isto é, a força da fé, é a base de toda a vida sobrenatural da alma. Portanto, a forma mais importante na qual a Igreja Católica não pode errar é ensinar a verdadeira doutrina. Uma vez que Deus é imutável, a doutrina da Igreja é, portanto, sempre imutável, e é um testemunho da assistência de Cristo à Igreja de que seu ensinamento se manteve o mesmo e consistente ao longo dos dois mil anos da sua existência. Uma única contradição ou incoerência em seu magistério ordinário ou extraordinário seria suficiente para provar que a assistência de Deus não estava com ela.
Mas sua indefectibilidade não se limita à doutrina, mas sim estende-se a todas aquelas coisas que foram-lhes dadas pelo Divino Fundador. Sabemos que Cristo dotou a Igreja com estrutura e poder. Ele estabeleceu a Igreja como uma monarquia, colocando todo o poder nas mãos de São Pedro. Ele também instituiu bispos que, em união com e sujeito a São Pedro, governam a Igreja em diversas localidades. Para esta estrutura deu o poder de ensinar, governar e santificar toda a raça humana. Este poder deriva da missão apostólica, ou seja, o ato de ser enviado por Cristo com o propósito de salvar almas. Por isso, esta estrutura e esta missão às almas da humanidade devem durar inalteradas ao longo de todas as épocas. Além disso, a Igreja é dotada do poder das Ordens, pela qual os seres humanos são transformados em instrumentos sobrenaturais do poder divino para efetuar a santificação sobrenatural dos homens através dos sacramentos, em particular, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

Portanto, a Igreja erraria se:

(A) jamais mudasse sua doutrina;
(B) jamais alterasse ou abandonasse a estrutura hierárquica monárquica;
(C) jamais perdesse, substancialmente mudasse, ou abandonasse a missão apostólica de ensinar, governar e santificar as almas;
(D) jamais perdesse, alterasse substancialmente, ou abandonasse o poder das Ordens.

O ensino da indefectibilidade é confirmada por documentos eclesiásticos. O primeiro é a Bula Auctorem Fidei do Papa Pio VI (28 de agosto de 1794), que condena como herético a seguinte proposição do Concílio de Pistoia:

A proposição que afirma "que nestes últimos tempos tem se espalhado um obscurecimento geral das verdades mais importantes relativas à religião, que são a base da fé e dos ensinamentos morais de Jesus Cristo." (Denz. 1501.)

A segunda é do Papa Leão XIII na Encíclica Satis Cognitum. Tendo primeiro explicado no que a Igreja é espiritual e no que ela é visível, e enfatizando o fato de que essas duas coisas são absolutamente necessárias para a verdadeira Igreja, análoga à necessidade da união de corpo e alma para o ser humano, ele então diz :

Uma vez que a Igreja é tal pela vontade divina e instituição, ela deve permanecer tal, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos.

Além disso, o Concílio Vaticano de 1870 afirma:

O eterno Pastor e Bispo das almas decretou estabelecer uma Igreja santa para perpetuar a obra salvífica da salvação. (Denz. 1821.)

Há, além disso, muitos textos dos Pais [da Igreja] que apoiam a indefectibilidade, esse é o ensino universal de teólogos.

II. O problema: O estado da Igreja

Como é que se concilia o estado atual da Igreja Católica com a indefectibilidade? Este problema, com suas diversas respostas, é a raiz da maior parte da controvérsia entre aqueles que permaneceram fiéis à tradição. O problema coloca-se mais claramente da seguinte maneira: Onde está a Igreja? Pois ninguém pode errar em seguir a Igreja Católica, pelo menos em seus papéis essenciais de ensinar a doutrina, de conduzir as almas para o céu através de suas leis gerais, e da santificação das almas através de sacramentos válidos. Para salvar a alma, portanto, basta simplesmente saber onde está a Igreja. Pode e deve-se, em boa consciência, seguir o ensino e as prescrições da Igreja, a fim de salvar sua alma; colocar-se contra ela [Igreja] é ser herético, cismático, ou pelo menos gravemente desobediente. Em qualquer caso, não se poderia salvar a sua alma.

Esta questão em particular é altamente problemática pelo fato de não importar qual seja a sua resposta em relação a religião do Novus Ordo, (i.e, ela é a fé católica, ela não é a fé católica), que ela acaba colocando-o em alguns problemas profundos em relação a indefectibilidade. Se você responder que o Novus Ordo é Católico, então você está no imenso problema do ensino defeituoso, o defeito da legislação geral da Igreja, e o defeito dos sacramentos. Também reduz ao absurdo - para não mencionar o pecado de desobediência e cisma - a resistência sistemática ao Novus Ordo que foi mantida pelos "tradicionalistas". Se, por outro lado, você responde que o Novus Ordo não é católico, então você tem o problema de encontrar a Igreja visível, uma vez que parece que toda a hierarquia Católica desertou para esta nova seita não-católica. Assim, a resposta "sim" leva à ação defeituosa das qualidades espirituais essenciais da Igreja, ao passo que a resposta "não" parece levar à deserção das qualidades materialmente relevantes essenciais da Igreja. Ou seja, a resposta "sim" parece levar à deserção da missão da Igreja, ao passo que a resposta "não" parece levar a uma deserção da estrutura da Igreja. No entanto, sabemos pelo Papa Leão XIII que ambos são absolutamente necessárias para a Igreja, como corpo e alma para a natureza humana, e que ambos devem perdurar até o fim dos tempos, a fim de que a Igreja corresponda com sua infalibilidade.
Se vê facilmente, então, as causas da amarga controvérsia, uma vez que cada lado percebe-se como um verdadeiro salvador da Igreja; de um lado aqueles que dizem sim à catolicidade da Novus Ordo, que vê-la como detentora da estrutura visível da Igreja contra aqueles que iriam abandoná-la, ao passo que o outro lado, os que dizem não [á catolicidade do Novus Ordo] se vêem como detentores da pureza espiritual e doutrinal da Igreja contra aqueles que se mancham pela associação com o Novus Ordo. E porque temos aqui uma batalha pela própria Igreja, os "tradicionalistas" lutam muito mais amargamente um contra o outro do que contra o Novus Ordo.


III. As três soluções

Existem essencialmente três soluções propostas para lidar com esta questão: (a) a solução Ecclesia Dei, (b) a solução Lefebvrista , e (c) a solução Sedevacantista. Alguém poderia pensar que pelo fato de existirem apenas dois princípios em jogo aqui, (i.e. a integridade material de uma Igreja por um lado, e o espiritual por outro), que haveria apenas duas soluções. Mas, como veremos mais adiante, a solução Lefebvrista é um híbrido de ambas, combinando em uma salada praticamente todos os elementos dos outros dois sistemas. Vamos examinar cada um desses sistemas em detalhe.



A.  A solução Ecclesia Dei 

Em 5 de maio de 1988, Arcebispo Lefebvre assinou o tão falado Protocolo, no qual ele entrou em um acordo preliminar com a hierarquia do Novus Ordo. Este acordo previa o reconhecimento da Fraternidade São Pio X como um instituto de direito pontifício em troca de certas garantias da Fraternidade, entre elas [a garantia] que aceitam o Concílio Vaticano II, o Novo Código de Direito Canónico, a validade de todos os novos ritos sacramentais, e a legitimidade de João Paulo II. Este acordo foi posteriormente (no dia seguinte) quebrado pelo Arcebispo Lefebvre, pelas razões que ele não gostava dos nomeados para a "Comissão da tradição", e porque ele não gostou da data da consagração definida por João Paulo II. Arcebispo Lefebvre, então, consagrou quatro bispos sem o mandato de João Paulo II, e foi imediatamente excomungado em um documento emitido por João Paulo II intitulado, por incrível que pareça, de" Ecclesia Dei". No despertar disto, um número significativo de sacerdotes e seminaristas do grupo Lefebvrista separou e aceitou os termos do Vaticano originalmente contidos no Protocolo. A Fraternidade Sacerdotal São Pedro foi estabelecida assim, e a Comissão Ecclesia Dei foi criada para supervisiona-los,  daí deriva o nome para esta solução.



Aqueles que aderem a esta solução aceita a hierarquia Novus Ordo como a hierarquia Católica, e aceita o Vaticano II e todas as reformas oficiais feitas em consequência do Vaticano II. Eles têm sido concedido o direito pelos modernistas para reter a missa de João XXIII, e para operar um seminário e instituto de acordo com mais ou menos linhas pré-Vaticano II. A solução deles, então, é a de aderir a tradição sob os auspícios e em obediência à hierarquia  do Novus Ordo. A adesão deles à tradição, portanto, não é vista como uma defesa da fé contra os modernistas, mas sim como uma preferência, algo como a "High Church" na comunhão Anglicana. Não deveria ser nenhuma surpresa, então, que eles convidem conhecidos Novus Ordos (como o engravatado Ratzinger no Vaticano II) para rezar missa para eles.


B.  A solução Lefebvrista

A solução Lefebvrista, em termos simples, é a seguinte: a de reconhecer a autoridade de João Paulo II, mas não segui-lo em seus erros. Embora seja muito difícil definir os Lefebvristas em uma permanente, ou de alguma forma coerente declaração de posição, a sua actividade e as declarações tomadas coletivamente produzem a descrição acima. Arcebispo Lefebvre insistiu que todos dentro da Fraternidade de São Pio X considerasse João Paulo II como papa, e removeu todos aqueles que se posicionavam publicamente contra. Ele sempre lidou com os modernistas Romanos como se eles tivessem autoridade, procurando aprovação deles para sua Fraternidade. Ele viu como solução para a crise modernista um movimento popular tradicional que, em todas as dioceses do mundo, clamariam por sacerdotes tradicionais e rejeitariam os modernistas. Ele supôs que a solução sedevacantista destruiria um tal movimento popular, uma vez que ele pensava que dizer que João Paulo II não era o papa, seria demais para as pessoas comuns suportarem.

Para o óbvio problema de obediência que sua posição gerava, Arcebispo Lefebvre respondeu que nenhuma autoridade, incluindo a do papa, tem o direito de ordenar-nos a fazer algo errado. Mas o Novus Ordo é errado. Portanto, o papa não pode nos obrigar a aceitar o Novus Ordo. Esse raciocínio levou à necessidade de peneirar o Novus Ordo para o catolicismo. Como o homem que  garimpa os grãos de ouro escondido na lama, assim também o Católico passava a ter que peneirar o magistério e os decretos de João Paulo II e de Paulo VI, para [adquirir] os grãos da verdadeira fé. O que parecer tradicional seria aceito, e modernista, rejeitado. E pelo Arcebispo Lefebvre ser o mais proeminente das pessoas aderindo à tradição, a sua palavra tornou-se a norma próxima da crença e obediência para centenas de sacerdotes e dezenas de milhares de Católicos. Assim, a suposta autoridade de João Paulo II não era suficiente para mover as mentes e vontades dos fiéis Católicos a tradição, mas tinha que ser aumentada pela aprovação do Arcebispo Lefebvre. Este papel de peneira que a Fraternidade adquiriu foi zelosamente guardado, e qualquer um que se atrevesse a ignorá-lo era considerado subversivo e, finalmente expulso.


Sobre a importante questão do Novus Ordo ser Católico ou não, Dom Lefebvre e seus seguidores deram respostas que agradam ambos os lados. É muito difícil dizer o que eles pensam sobre isso. Durante o "quente verão" de 1976, Arcebispo Lefebvre se refere à Missa Nova como uma "missa bastarda", o Vaticano II como um Concílio cismático e a Igreja Conciliar como uma Igreja Cismática. Por outro lado, eles têm sido muito cuidadosos ao dizer que a Missa Nova não é intrinsecamente má, e que todos os novos sacramentos são certamente válidos. Esta linha de raciocínio indica que eles vêem uma necessidade do Novus Ordo ser considerado intrinsecamente bom e válido, uma vez que eles entendem ser impossível que a Igreja Católica produza ritos malignos ou inválidos. Esta insistência de que o novo rito seja bom e válido mostra que eles realmente vêem a religião do Novus Ordo como [sendo] a Fé Católica. A despeito disso, eles fazem declarações que são completamente incompatíveis com a posição de que a religião do Novus Ordo seja a Fé Católica. Por exemplo, na ocasião das sagrações de 1988, eles emitiram a seguinte declaração, assinada pelo Pe. Schmidberger e muitos superiores do grupo deles: "Nós nunca quisemos pertencer a este sistema que se auto denomina Igreja Conciliar e se identifica com o Novus Ordo Missae ... Os fiéis, de facto, possuem o direito estrito de saber que os sacerdotes que servem-lhes não estão em comunhão com uma falsa igreja ... "Mas João Paulo II não é a cabeça desta falsa "igreja" que se identifica com o Novus Ordo Missae? Devemos concluir que não estão em comunhão com João Paulo II? Se não, então por que eles insistem que ele é o papa? Como você pode não estar em comunhão com o papa?


Eles pensam salvar a indefectibilidade [da Igreja] ao econhecer a hierarquia do Novus Ordo como a hierarquia Católica, e reconhecendo o Vaticano II e suas reformas como sendo apenas  extrinsecamente ruim, isto é, sujeitas a má interpretação ou de alguma forma enganosa. Um deles disse recentemente em uma carta aos benfeitores: "É por isso que insistimos em reconhecer o Papado e à hierarquia, apesar do fato de que nós não nos sentimos, de forma alguma, um com eles". Esta frase descreve bem a posição deles, combinando duas coisas que são intrinsecamente incompatíveis, isto é, reconhecer João Paulo II como papa, mas não para ser um com ele nesta mesma igreja. O leitor deve compreender que os ditos e feitos dos Lefebvrianos ao longo dos anos não tem, para dizer o mínimo, seguido uma linha consistente, e que é, portanto, difícil determinar exatamente o que eles pensam. Ao aplicar uma certa hermenêutica, no entanto, penso que é justo dizer que eles consideram João Paulo II como sendo a cabeça de duas igrejas: da Igreja Católica, e da Igreja Conciliar. Como chefe da Igreja Católica, eles são leais a ele; como chefe da Igreja conciliar eles se opõem a ele. Em última análise, era o Arcebispo Lefebvre que decidia o que era católico nos decretos de João Paulo II, e o que era conciliar, e, portanto, o que era para ser aceito, e o que era para ser rejeitado. Agora que ele já faleceu, não parece surgir qualquer figura emergente clara que será capaz de guiar a lealdade de seus seguidores da forma que o Arcebispo fez, uma lealdade que é essencial para a sua unidade.


C.  A solução Sedevacantista

O princípio fundamental desta solução é o de que é impossível identificar o Novus Ordo com a Igreja Católica. É impossível, dizem eles, por causa da infalibilidade da Igreja em matéria de fé, moral, culto e disciplina. Se se admite que as mudanças do Novus Ordo nestas matérias procedem da Igreja Católica, em seguida, deve-se admitir que a Igreja Católica errou. Pois, estas alterações contradizem substancialmente a fé, a moral, o culto e a disciplina da Igreja Católica. Mas é impossível que a Igreja Católica erre. Por isso, é impossível que essas mudanças procedam da Igreja Católica. Logo, é impossível que aqueles que promulgaram essas mudanças (viz. Paulo VI, João Paulo I, e João Paulo II) possuam jurisdição da Igreja Católica, a missão do Cristo para governar os fiéis. Se eles possuíssem esta jurisdição, eles teriam gozado de infalibilidade nestas questões, pois é impossível que esta autoridade ensine algo falso ou prescreva algo pecaminoso para a Igreja. O sedevacantista insiste, portanto, que não se pode considerar a hierarquia modernista, como a hierarquia Católica, pois, caso contrário, estaríamos associando heresia, sacrilégio, sacramentos inválidos, erros e leis pecaminosas com a Imaculada Esposa de Cristo, tornando absurda as palavras de Cristo, "quem vos ouve, ouve a Mim" (Lc 10:16). Em uma palavra, a posição sedevacantista é que a hierarquia modernista não pode possuir a autoridade Católica que eles afirmam possuir, porque a autoridade Católica é preservada pela assistência do Espírito Santo de  fazer o que esses modernistas fizeram.

A objeção óbvia a esta posição é que o defeito em massa da hierarquia cria um estado de vacância universal da Sé, destruindo assim a visibilidade da Igreja. O sedevacantista responde que a vacância da Sé papal ou episcopal não é incompatível com a visibilidade da Igreja, pois a Igreja permanece visível durante as vacâncias ocorridas na morte de cada titular. Enquanto a duração da vacância certamente coloca a Igreja em crise, não há nada de intrinsecamente contrário à natureza da Igreja na vacância da Sé. Eles ainda respondem que identificar os modernistas com a hierarquia Católica não ajuda em nada para a visibilidade da Igreja Católica, pelo contrário, simplesmente mantém a visibilidade de uma igreja herética. Em outras palavras, a indefectibilidade não é resguardada por uma teoria que identifica a hierarquia modernista com a Igreja Católica, ao contrário, ela é destruída por tal teoria. Pois a Fé, eles argumentam, é muito mais importante do que a visibilidade da estrutura da Igreja, ou seja, há uma dependência da visibilidade da Igreja na Fé da Igreja e, portanto, não é suficiente para a visibilidade da Igreja que simplesmente qualquer estrutura seja visível, mas sim uma estrutura que professe a Fé Católica. Ter alguma organização visível que não professa a Fé Católica pode ser uma organização visível, mas não é a Igreja Católica.

Muito poucos dos sedevacantistas sustentam a teoria materialiter / formaliter - uma teoria muito mal compreendida - que simplesmente afirma que, embora a hierarquia modernista não goze de jurisdição, eles possuem o aspecto formal de autoridade, pois, não obstante, continuam a sucessão romana e episcopal das Sés. Os titulares desta teoria diriam, portanto, que, apesar de João Paulo II não ser o papa, ele não deixa de ter posse de uma eleição válida que o coloca em uma posição de se tornar o papa, caso ele removesse os obstáculos à sua recepção da autoridade. O obstáculo à aceitação da autoridade papal é a sua adesão ao Vaticano II, que, se aceito, iria colocar um transtorno essencial na Igreja Católica, na medida em que o Vaticano II contradiz o ensinamento da Igreja. Ele é também, acrescentariam eles, em uma posição de ter a eleição removida dele por algum ato autoritário, por exemplo, um conclave de cardeais católicos, ou mesmo, à la rigueur, um concílio de alguns bispos jurisdicionais, por menor que sejam. Tal ato é obviamente improvável num futuro próximo, mas o Vaticano II também foi improvável. Esta teoria, dizem eles, salvaguarda tanto a infalibilidade da Igreja em matéria de fé, moral, culto e disciplina, como a permanência da hierarquia da Igreja na medida em que apela à sua continuidade material através da crise.


O outro tipo de sedevacantista é o sedevacantista absoluto, que alega que devido à profissão pública de heresia, manifestada tanto pela palavra quanto pela ação, João Paulo II e a hierarquia do Novus Ordo em geral, se afastou publicamente da fé católica e, portanto, renunciou tacitamente de seus ofícios, de acordo com o espírito de Canon 188, nº 4, pelo menos. Outros invocam a Cum ex Apostolatus do Papa Paulo IV, que afirma que mesmo se um herege for eleito para o papado pelo consentimento unânime dos cardeais, e mesmo se ele tiver na aparência subido ao papado, isso ainda não o faria ser o papa.


IV. Crítica dos vários sistemas

A. Princípios Fundamentais

1. Ou o Novus Ordo é Católico ou ele não é Católico, mas não pode ser ambos.

A Fé Católica não admite níveis. Ela é por natureza integral, uma vez que procede da autoridade de Deus e crida sob a autoridade de Deus. Por conseguinte, não pode admitir exceções ex. Se houver a menor mácula de heresia em um ensinamento doutrinal ou moral, em culto ou na disciplina, então não é Católica.
A prática da Igreja tem sido sempre a mesma, como é mostrado pelo ensinamento unânime dos Pais [da Igreja], que estavam acostumados a manter como fora comunhão católica, e estranho à Igreja, quem diminuísse no mínimo grau qualquer ponto de doutrina proposto pelo seu Magistério autoritário. (Papa Leão XIII, Satis Cognitum).

Predicar, de alguma forma, Católicos e os não católicos do Novus Ordo seria uma contradição absurda, para não dizer blasfêmia. E isso deve ser entendido aqui que o termo "Novus Ordo", quero dizer o sistema - pois ele é um ordo, uma ordem - de doutrinas, ensinamentos morais, adoração e disciplina que é o produto do Vaticano II e das reformas pós-Vaticano II.


2. Se o Novus Ordo é Católico, ele deve ser aceito; mas se ele não for Católico, deve ser rejeitado; Não há meio termo.

A Novus Ordo foi promulgado com a autoridade plena do que é aparentemente a Igreja Católica. Nenhum Católico pode, portanto, cogitar desconsiderar esses ensinamentos, adoração e disciplina. Não há, além disso, nenhuma razão para resistir às mudanças do Vaticano II se elas são católicas. Se seus ensinamentos, adoração e disciplina são católicos, então a crença e observância destas coisas são meios de salvação para nossas almas. Mas se você pode salvar a sua alma no Novus Ordo [devido ao Novus Ordo], pra que o incômodo de manter o tradicional? A adesão à tradição, neste caso, seria movida pela nostalgia ou preferência, e de modo algum seria justificada contra a vontade da hierarquia. Por outro lado, se o Novus Ordo é uma mudança substancial da doutrina, adoração e disciplina da Igreja, é óbvio que o Católico deve combatê-lo, assim como ele teria combatido o Arianismo ou Protestantismo, preferindo a morte a um comprometimento.



3. É impossível reconhecer a autoridade do papa sem, ao mesmo tempo, reconhecer as prerrogativas de sua autoridade.

A autoridade papal é infalível no ensino de Fé e Moral, mesmo no exercício do magistério universal comum, e é infalível em matéria de culto e disciplina, na medida que não podem prescrever qualquer coisa pecaminosa, herética, ou prejudicial às almas nestas matérias. O reconhecimento da autoridade papal em Paulo VI ou João Paulo II envolve automaticamente o reconhecimento de que o Vaticano II está livre de erro doutrinário, e que a liturgia e os Sacramentos do Novus Ordo, bem como o Código de Direito Canônico de 1983, não contêm erros doutrinais, nem nada que seja pecaminoso ou prejudicial às almas. O máximo que poderia ser dito sobre essas coisas, se elas forem admitidas terem procedido de verdadeira autoridade papal, é que elas poderiam ser imprudente, talvez menos estético, ou de alguma forma extrinsecamente repugnante. Elas devem ser admitidas como sendo  intrinsecamente Católicas, perfeitas e propícias para a salvação eterna. O Papa Pio VI declarou "falso, temerário, escandaloso, pernicioso, ofensivo para os ouvidos piedosos, prejudicial para a Igreja e para o Espírito de Deus, por quem é governado, pelo menos errônea", a proposição de que a Igreja poderia prescrever alguma disciplina que seria falsa ou prejudicial (Denz. 1578). O Papa Pio IX execrou aqueles que, reconheciam sua autoridade por um lado, mas ignoram sua disciplina por outro:

De que vale proclamar em voz alta o dogma da supremacia de São Pedro e seus sucessores? De que vale proclamar repetidamente as declarações de fé na Igreja Católica e de obediência à Sé Apostólica quando suas ações desmentem suas belas palavras? Além do mais, não seria tal rebelião mostrada ainda mais indesculpável pelo fato que a obediência é considerada como um dever?

"De que vale proclamar em voz alta o dogma da supremacia de São Pedro e seus sucessores? De que vale proclamar repetidamente as declarações de fé na Igreja Católica e de obediência à Sé Apostólica quando suas ações desmentem suas belas palavras? Ademais, não seria tal rebelião apresentada ainda mais indesculpável pelo fato que a obediência é considerada como um dever? Repito, a autoridade da Santa Sé não se estende, como uma sanção, às medidas que somos obrigados a acatar, ou seria suficiente estar em comunhão de fé com esta Sé, sem acrescentar a submissão da obediência, - uma coisa que não pode ser mantida sem danificar a Fé Católica? Na verdade, Veneráveis ​​Irmãos e amados Filhos, isso é uma questão de reconhecer o poder (desta Sé), mesmo sobre suas Igrejas, NÃO APENAS NO QUE DIZ RESPEITO A FÉ, MAS TAMBÉM NO QUE DIZ RESPEITO À DISCIPLINA. AQUELE QUE NEGASSE ISSO SERIA UM HEREGE; AQUELE QUE RECONHECE E OBSTINADAMENTE SE RECUSA A OBEDECER É DIGNO DE ANÁTEMA." (ênfase minha)


Com estes princípios enunciados, prossigamos com a crítica aos vários sistemas.



B. Aplicação dos Princípios aos Sistemas

1. A solução Ecclesia Dei. A partir dos princípios precedentes, o leitor irá facilmente determinar que esta não é a solução. Uma vez que eles aceitam o Novus Ordo como Católico, eles reduziram sua adesão à tradição a uma "viagem nostálgica". Eles tornaram-se uma Igreja Solene (High Church) dentro de uma Igreja extremamente ampla, que admite até a adoração de cobras, de Shiva, do Grande Thumb e Buda, o louvor de heresiarcas tais como Martinho Lutero, para não mencionar leitoras em topless. Na verdade, o nome que deve ser dado a esta ideia é a solução Ecclesia Diaboli. Mas uma coisa deve ser dito em favor daqueles que seguem este [sistema], e que eles são, pelo menos, consistentes e lógicos em seus pensamentos, na medida em que eles vêem que não se pode aceitar João Paulo II como papa e ao mesmo tempo ignorar sua doutrina e autoridade disciplinar . Mas é absolutamente lamentável que essas pessoas possam permitir-se tão cegas, de modo a estar em a comunhão, ou seja, na mesma igreja do naipe desses modernistas, aos quais São Pio X disse que "deveriam ser castigado com os punhos".


2. A solução Lefebvrista. Se aceitarmos como basicamente precisas a descrição dada acima de sua posição, ou seja, que eles vêem John Paul II como chefe de duas igrejas, uma católica, e a outra Conciliar, então é imediatamente evidente que a sua posição envolve contradições labirínticas do ponto de vista da eclesiologia Católica. Em primeiro lugar, eles de alguma forma vêem o Novus Ordo como sendo Católico e não-Católico, e por esta razão eles "peneiram" os seus ensinamentos e disciplinas, a fim de extrair a partir da missa podre o que restar de católico nela. Eles, portanto, associam o Novus Ordo com a Igreja Católica. Eles consideram a hierarquia do Novus Ordo sendo a hierarquia Católica, como tendo a autoridade de Cristo para ensinar, governar e santificar os fiéis. No entanto, ao mesmo tempo, eles são excomungados por esta mesma autoridade, uma vez que eles agem como se ele não existisse, indo tão longe como numa consagração episcopal em desafio a uma direta ordem"papal".

Para ilustrar esta confusão, deixe-me citar um problema do Angelus (de Agosto de 1991), que é o seu órgão oficial, em que lemos estas palavras alarmantes:

A Igreja abandonou a protetora tradição de Cristo. A Igreja abandonou a Missa, os Sacramentos, o ensino da sã doutrina nas escolas, até mesmo a oração a São Miguel para nos proteger "das maldades e ciladas do diabo." [Ênfase adicionada]

Enquanto o autor pode ter apenas expressado seus pensamentos de forma inadequada, no entanto, tal como está, esta frase declara explicitamente a deserção [a falha, o defeito] da Igreja Católica.

Na mesma edição, lemos estas palavras com igual alarme na página editorial:

Que o Santo Padre recuse a eles [os bispos consagrados por Arcebispo Lefebvre] jurisdição e consequentemente a autoridade para governar uma parte do rebanho, é certamente lamentável. Mas isso não é mais que acidental no que diz respeito ao seu papel mais fundamental da preservação da fé e dos sacramentos na Igreja, especialmente quando a falsa noção de colegialidade tem eficazmente paralisado ou destruído o exercício da autoridade e da hierarquia na Igreja .

Tal afirmação reduz a missão apostólica da Igreja, conferida a São Pedro, a algo "pouco mais do que acidental". Mas é essa mesma autoridade, e a legítima posse e transmissão das mesmas, portanto, que torna a Igreja Católica, Católica. É a forma da Igreja Católica, ou seja, aquilo pela qual ela é o que é. Nada poderia ser mais substancial para a Igreja Católica do que esta autoridade. Deve-se, além disso, assinalar que para exercer o seu poder de ordens sem a aprovação da hierarquia da Igreja Católica é um pecado mortal muito grave, e cheira a cisma quando feito de forma sistemática e permanente. Só se pode reivindicar o princípio da Ecclesia Supplet quando há dúvidas se a pessoa possui jurisdição; usar este princípio contra a própria autoridade que possui esta competência, é fazer um caos de toda a Igreja Católica. É afundar-se no Protestantismo, onde cada ministro recebe o seu poder "diretamente de Deus". Para que ter uma hierarquia, para que ter jurisdição, se todo mundo pode decidir ter o direito de exercer as suas ordens, em sua própria dedução, de que as fontes da Igreja suprirão tal jurisdição?  Em tal caso, a hierarquia seria puramente acidental, efetivamente o que os ministros Protestantes são para á crença, adoração e sacramentos Protestantes.

A posição Lefebvrista é uma posição completamente inconsistente, e faz picadinho da infalibilidade da Igreja Católica, uma vez que se identifica com a Igreja Católica a deserção doutrinal e disciplinar do Vaticano II, e as suas subsequentes reformas. Pois, se estes não são uma deserção, por que então eles estão resistindo-lhes? Se estas medidas não são uma deserção, então o que poderia possivelmente justificar a consagração de quatro bispos, desafiando a ordem da pessoa a quem eles dizem ser o representante de Cristo na terra? A única coisa que justifica a posição dos "tradicionalistas" em sua recusa sistemática do Vaticano II e suas reformas, é o fato de que estas reformas não são Católicas e levam destruição ás almas. Mas se elas não são Católicas, então aqueles que promulgaram-las não podem ser portadores de autoridade Católica, pois se eles fossem [Católicos], eles não teriam sido capazes de promulgar tais coisas para a Igreja Católica. Por isso o grupo de Lefebvre encontra-se na impossível posição de resistir à autoridade da Igreja Católica em matéria de doutrina, disciplina e adoração, que são os efeitos das três funções essenciais da hierarquia Católica (i.e. função de ensinar, governar e santificar,) e que são a base da unidade tríplice da Igreja Católica, a unidade da fé, a unidade de governo, e a unidade de culto. Resistir à Igreja Católica nesses assuntos é um suicídio espiritual, uma vez que a adesão a Igreja Católica é necessária para a salvação. Se é permitido resistir à Igreja em doutrina, disciplina e culto/adoração, então em que a Igreja deve ser obedecida? Qual é a autoridade de São Pedro, se ele pode ser ignorado nestes assuntos?
Esta "solução", portanto, viola os três princípios que enunciamos acima, pois (1) sustentam que o Novus Ordo é um tipo de mistura de Católicos e não-Católicos; (2) eles sustentam que embora o Novus Ordo seja intrinsecamente Católico, ainda se possa resistir e rejeitá-lo, e (3) eles reconhecem a autoridade de João Paulo II, mas, ao mesmo tempo, rejeitam as prerrogativas de sua autoridade. É nesta última questão que eles são comparados, infelizmente, com os a Gallicanos, Jansenistas, e outras seitas de rito oriental que fizeram exatamente a mesma coisa, ou seja, que "filtraram" as doutrinas e decretos dos Pontífices Romanos de acordo com seus gostos.

Assim, embora eu ache que aqueles que estão envolvidos no grupo de Lefebvre sejam de boa vontade e desejam de todo o coração o bem da Igreja, estão trabalhando, no entanto, sob alguns graves erros especulativos e práticos. Eles também estão envolvidos em inconsistência de profundidade, e não é de espantar que existam notícias de muitos cripto-sedevacantistas entre eles, assim como simpatizantes Ecclesia Dei.


3. A solução sedevacantista. Père Hugon O.P. declarou sobre a famosa controvérsia do Tomismo vs. Molinismo, "Cada sistema está sujeito a dificuldades; de facto, a exclusão de mistério nesta matéria seria um sinal de erro ". Ele então aponta que a obscuridade do Tomismo decorre não de seus princípios, mas sim da fraqueza do intelecto humano para entender como certos de seus princípios são conciliados em Deus. Molinismo, por outro lado, sofre de uma excepção feita para o maior dos princípios teológicas universais de causalidade divina, e acaba colocando passividade em Deus. Assim, a obscuridade do Molinismo surge da incapacidade de conciliar Deus e passividade, que são duas noções absolutamente contraditórias, ao passo que a obscuridade do Tomismo surge da reconciliação em Deus de princípios que são absolutamente certos. O Tomismo, portanto, o deixa com o mistério final em aberto, enquanto o Molinismo o deixa com a contradição.


Da mesma forma a posição sedevacantista afirma todos os princípios corretos, mas permanece obscura, porque não podemos ver sua reconciliação última. Em outras palavras, enquanto o sedevacantismo mantém todos os elementos essenciais da infalibilidade da Igreja, ele continua perdido em relação de como explicar o mistério da iniqüidade do Novus Ordo, ou seja, a forma como a prolongada vacância da Sé Apostólica acabará por servir a glória de Deus, e como a Igreja um dia irá superar este problema terrível. Mas ao afirmar que a Sé Apostólica esteja vacante, o sedevacantismo não tentará afirmar coisas contraditórias: (1) que a religião do Novus Ordo e a fé Católica são a mesma coisa, (a contradição dos aderentes da Ecclesia Dei) , ou (2) que a Igreja Católica promulgou ensinamentos, ritos e disciplinas que são contrárias à fé e ofensivas às almas.


O ponto de partida para o sedevacantista é o princípio de que existe uma diferença substancial entre o Novus Ordo e da Fé Católica. Esta diferença é mais evidente na contradição, palavra-por-palavra, entre a Dignitatis Humanae e a Quanta Cura, mas também está claro para todos verem na Missa Nova e nos sacramentos, no Código de Direito Canônico, de 1983, nas novas disciplinas, nos novos catecismos, no novo magistério ordinário universal. Estas duas religiões são incompatíveis, e não podem coexistir na mesma igreja. Mas se o Novus Ordo é substancialmente diferente da fé católica, raciocinam eles, então não ele pode ser Católico. Mas se ela não é Católico, raciocinam eles novamente, então é impossível que tal coisa possa ter sido promulgada pela autoridade da Igreja, uma vez que a autoridade da Igreja não pode errar em assuntos como doutrina, culto e disciplina. Portanto, eles concluem, é impossível que aqueles que promulgaram o Novus Ordo, tenham a autoridade da Igreja Católica. Portanto, é impossível que Paulo VI, João Paulo I, ou João Paulo II sejam papas.

Estes princípios que levaram a esta conclusão são absolutamente ferrenhos. Eles são apoiados pela filosofia ou o ensinamento da Igreja. Eles são incontestáveis, e nos levam logicamente à conclusão deles. A infalibilidade da Igreja é, portanto, poupada / salva neste sistema [Sedevacantismo], uma vez que ele se recusa associar a Esposa Imaculada de Cristo com tal abominação do modernismo que é obra do diabo.

Mas então onde está a Igreja visível? Ela se encontra naqueles que aderem publicamente à Fé Católica, e que, ao mesmo tempo, anseiam a eleição de um Pontífice Romano. E quanto aos bispos? Este sistema não necessariamente tira todo bispo de autoridade, mas apenas aqueles que aderem publicamente á nova religião. Mas mesmo que tirasse cada um deles de sua autoridade, o sedevacantismo não alteraria intrinsecamente a natureza da Igreja Católica, mas deixaria à Providência de Deus, o restabelecimento da ordem. Aqueles sistemas, por outro lado, que estão com medo de cortarem a si mesmos da hierarquia modernista, por sua incapacidade de ver uma solução sem ela, na verdade combinam igreja Católica com a deserção do modernismo, que são duas coisas absolutamente incompatíveis, assim como Deus e o diabo. Esses sistemas que reconhecem o papado de "papas" conciliares, não podem estar corretos. O Sedevacantismo pode levá-lo ao mistério, mas não levá-lo a contradição.

Aqueles que aderem ao sedevacantismo formal / material, diria que a hierarquia visível continua a existir materialmente, o que significa que, por um lado, as eleições dos papas e nomeações de bispos ainda são válidas, mas, por outro lado, devido à promulgação da falsa doutrina, eles não possuem o poder de jurisdição. Portanto, eles são falsos papas e falsos bispos, mas eles são verdadeiros papas-elegíveis e bispos-elegíveis.


Conclusão

Como afirmei anteriormente, a noção fundamental da indefectibilidade da Igreja Católica é que deve perdurar até o fim dos tempos com a natureza essencial e as qualidades com que Cristo dotou-a em sua fundação. A mais importante qualidade essencial da Igreja é a sua fé, e é pela fé que a estrutura visível existe. Se o Novus Ordo é Católico, então não há nenhum problema de deserção / defeito, e não faz sentido continuar o movimento tradicional. Se o Novus Ordo não é católico, então isso envolve deserção / defeito, e seria blasfêmia combinar de alguma forma a Igreja Católica e o Novus Ordo. Não há terceira via possível, assim como não há nenhuma possível alteração substancial, aumento ou diminuição do depósito da revelação. Ou Novus Ordo é Católico ou não. Eu afirmo firmemente que não é Católico, e, portanto, sustento que qualquer sistema que afirme que o Novus Ordo foi-nos dado pela autoridade de Cristo, é objetivamente blasfemo e danoso á indefectibilidade da Igreja.



Dom Donald J. Sanborn (1991)

Sunday, September 4, 2016

Novas Canonizações da "Igreja Conciliar": Madre Teresa de Calcutar

Madre Teresa se prostra e reza para Buda 

Madre Teresa reverencia Gandhi em seu túmulo


Aonde a escolha a ser feita não deixa espaço para uma terceira (e cismática, ainda que involuntária) opção:

1. Ou a Igreja Católica é falível, pois nos induz a prestarmos uma "crença, uma profissão de fé" (São Tomás de Aquino) á esses "santos", i.e Madre Teresa, JPII, José Maria Escrivá, etc.;

2. Ou os papas que proclamam tais "santos" não possuem jurisdição católica, não são papas.

Pela graça de Deus, que me concede ainda ter a Fé Católica (e que assim Ele faça até meu último suspiro), fico com a segunda opção.


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COLETÂNEA
SOBRE CONSENSO UNÂNIME DOS TEÓLOGOS E MAGISTÉRIO SOBRE A INFALIBILIDADE DO PAPA NAS CANONIZAÇÕES DOS SANTOS




1 – SÃO TOMÁS DE AQUINO

“Dado que a honra que prestamos aos santos é em certo sentido, uma profissão de fé, isto é, uma crença na glória dos santos, devemos piamente crer que, neste assunto, também o juízo da Igreja está livre de erro.”
(São Tomás de Aquino em Quodlib. IX)


2 - PAPA BENTO XIV (14)

"AQUELE QUE OUSASSE AFIRMAR QUE O PONTÍFICE TERIA ERRADO NESTA OU NAQUELA CANONIZAÇÃO, e que este ou aquele santo por ele canonizado não deveria ser honrado com culto de dulia, qualificaríamos, senão como herético, entretanto como temerário; como causador de escândalo a toda a Igreja; como injuriador dos santos como favorecedor dos hereges que negam a autoridade da Igreja na canonização dos santos; como tendo sabor de heresia, uma vez que ele abriria caminho para que os infiéis ridicularizassem os fiéis; como defensor de uma preposição errônea e como sujeito a penas gravíssimas."
(BENTO XIV, Papa. De Servorum Dei Beatificatione.)

http://ia600201.us.archive.org...


3 - A CONGREGAÇÃO PARA A CAUSA DOS SANTOS

“A doutrina das instituições de beatificação (2) e canonização (3) não mudou radicalmente ao longo dos séculos. A sua distinção (4), que tem a sua expressão adequada nas respectivas fórmulas declarativas ou constitutivo, é líquida e essencial. Canonização é a glorificação suprema da Igreja de um servo de Deus elevado às honras do altar, em um decreto, definitivo e obrigatório para toda a Igreja, comprometendo o Magistério solene do Romano Pontífice. Este inequivocamente expressa na fórmula: ‘Ad honorem Sanctae et Individuae Trinitatis…, auctoritate Domini Nostri Iesu Christi, beatorum Apostolorum Petri et Pauli ac Nostra… Beatum N.N. Sanctum esse decernimus ac definimus, ac Sanctorum Catalogo adscribimus, statuentes eum in universa Ecclesia inter Sanctos pia devotione recoli debere’.”
(Congregação para as causas dos Santos, o rosto da Igreja se renova na continuidade)

http://www.vatican.va/roman_cu...


4 – MANUAL DE TEOLOGIA DOGMÁTICA DE MICHAEL SCHMAUS

“Atualmente é também doutrina comum dos teólogos que a Igreja é
infalível na canonização dos santos, isto é, no juízo definitivo de que um homem goza da visão beatifica de Deus e pode ser venerado em toda a Igreja como santo.”
(Michael Schmaus, Teología Dogmática, Tomo IV, La Iglesia, Ediciones Rialp, S.A., Madrid 1960, pág. 776)


5 - PADRE JOSÉ DEHARBES

"A infalibilidade do papa foi declarada solenemente no Concílio do
Vaticano em 1870. Tal infalibilidade, como a do magistério eclesiástico, se estende a tudo o que está em ligação com as verdades de fé e de moral, como por ex.: as CANONIZAÇÕES, a aprovação de congregações religiosas, usos eclesiásticos"
(Grande Catecismo Católico - comentário do Revmo. Padre José Deharbes a pergunta 266 'Quando o papa é infalível?' - página 121)


6 - O MANUAL DE TEOLOGÍA DOGMÁTICA DE LUDWIG OTT

“O objeto da infalibilidade

a) O objeto da infalibilidade são as verdades, formalmente reveladas, da fé e da moral cristã (da fé; Dz 1839)

A Igreja pode não somente identificar positivamente e propor o sentido da doutrina revelada dando uma autêntica interpretação da Escritura e do testemunho de tradição, fé e as fórmulas de escrita (símbolos, definições), mas também pode identificar e condenar tais erros, em oposição à verdade revelada. Caso contrário, falhando em sua missão de ser ‘guardiã e mestra da Palavra revelada de Deus’; Dz 1793, 1798.

b) O objeto secundário da infalibilidade são as verdades que não foram
formalmente reveladas, mas que estão em estreita conexão com as verdades formalmente reveladas da fé e da moral cristã (Sent. Certa).

A prova dessa tese nos fornece o objetivo próprio da infalibilidade, que é a conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé’ (Dz 1836). Este fim não poderia começar da Igreja se não fosse capaz de tomar decisões infalíveis sobre verdades e fatos que estão em estreita ligação com as verdades reveladas ou determinar positivamente a verdade ou negativamente condenar o erro oposto. O objeto secundário da infalibilidade pertence: a) as conclusões teológicas de uma verdade revelada formalmente e uma verdade da razão natural b) os fatos históricos cujo reconhecimento depende da certeza de uma verdade revelada (“facta dogmática”), b) as verdades da razão natural, que estão em estreita ligação com as verdades reveladas (ver mais detalhes na Introdução, § 6), d) a canonização dos santos, isto é, o julgamento final de um membro da Igreja que foi recebido na bem-aventurança eterna e deve ser objecto de veneração pública. O culto dado aos santos, como São Tomás nos ensina, é “uma certa confissão de fé que acreditam na glória dos santos” (Quodl. 9,16). Se a Igreja poderia errar em seus julgamentos, então tais conseqüências da falha resultaria incompatíveis com a santidade da Igreja.”
(Ludwig Ott, Manual de Teologia Dogmática, Editorial Herder, Barcelona 1966, pág. 450-451)


7 - MANUAL DE TEOLOGIA DOGMÁTICA DE BERNHARD BARTMANN

“A questão da infalibilidade da canonização dos santos, pode ser
considerada histórica e teologica. Os primeiros santos foram, além dos apóstolos e profetas, mártires, cujos nomes os bispos escreveram em um elenco oficial reconhecido pela Igreja. A inserção foi feita depois de um julgamento considerado, sobre a vida anterior do mártir, e não aceito a qualquer pessoa. No que diz respeito aos primeiros três séculos o protestante H. Achelis observa que os bispos exerciam um controle severo e recusavam os falsos mártires (Christentum em den ersten dreiJahrhunderten, II, p. 356). Mais tarde, aos santos mártires, foram adicionados os “confessores”, Antonio, Paulo, Atanásio, Efrém, Martin de Tours. Era mais fácil verificar a realidade do martírio que a santidade dos confessores: para estes, as pessoas que tomam parte no julgamento, mas ao bispo competia em ultima instancia admiti-los no elenco.”
(Rademacher, Das Seelenleben der Heiligenstadt de 1917 2 ed .. p. 32 e segs.).

8 - SCHEID SOBRE A INFALIBILIDADE DO PAPA NA CANONIZAÇÃO DOS SANTOS ESCREVE

“A dificuldade do problema está em encontrar um teste verdadeiramente satisfatório desta infalibilidade cuja existência é afirmada. A canonização toca o limite extremo do campo de decisões infalíveis. Não é tão fácil de estabelecer, de forma clara e provatória, que ela, em sua totalidade, se enquadra no âmbito da infalibilidade da Igreja.”
(Zeitschrift für Theologie katholische, 1890, p 509.)


9 – ENCICLOPÉDIA CATÓLICA

A Enciclopédia Católica explica que a maioria dos teólogos concorda que as canonizações são infalíveis. Tais como: Santo Antonino, Melchor Cano, Suarez, Belarmino, Banez, Vazquez e entre os canonistas, Gonzalez Tellez, Fagnanus, Schmalzgrüber, Barbosa, Reissenstül, Covarrubias, Albitius, Petra, Joannes São Tomás, Silvestre, Del Bene entre muitos outros.

http://ec.aciprensa.com/wiki/B...


10 - SÃO ROBERTO BELARMINO:

"Sobre isso há dois sentimentos. O primeiro, que é o dos hereges, que diz que o Papa pode estar errado na canonização dos santos. O outro é dos católicos, que assegura que é certo que a Igreja não pode errar no ponto da canonização, garante que os santos que Ela canoniza, merecem indubitavelmente o culto público."
(De Sact. Beat L I, C IX.)


11 - SANTO AFONSO DE LIGÓRIO:

"Supor que a Igreja possa errar na canonização, é um pecado ou uma heresia, segundo São Boaventura, Belarmino, e outros, ou pelo menos próximo a heresia, de acordo com Suarez, Azorio, Gotti, etc, porque o Soberano Pontífice, de acordo com Santo Tomás, é guiado pela assistência infalível do Espírito Santo de uma maneira particular durante a canonização dos santos."
(Saint Alphonse de Liguori, le grand moyen de salut et de la perfection 1759, p. 23.)


http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/santos/608-as-canonizacoes-sao-infaliveis (Grifos nossos)