2005). O Editor, Michael Matt, se recusou a publicá-la.
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Ao Editor do The Remnant:
Alguns comentários gerais se fazem necessários em relação [ao artigo] "Argumentos Finais contra o sedevacantismo", de Christopher Ferrara do dia 30 de novembro de 2005, assim como alguns comentários particulares sobre meu artigo "Frankenchurch":
I. O Vaticano II é obrigatório?
O Sr. Ferrara sustenta que os ensinamentos do Vaticano II não são vinculativos aonde eles contêm "novidades" que não conformam
com o que foi ensinado "em todos os lugares, sempre, e por todos" (São Vicente Lerins). Este princípio, segundo ele, demonstra que o concílio não é parte do magistério ordinário universal. Paulo VI, acrescenta o Sr. Ferrara, excluiu "expressamente" que os ensinamentos do Vaticano II tivessem o "carisma da infalibilidade".
(a) Estamos de volta á Teologia do Papa de papelão do Sr. Ferrara (e da FSSPX). O (suposto) Vigário de Cristo e os bispos do mundo promulgam ensinamentos e leis. Advogados de Nova Jersey (essa palavra de novo!), bispos excomungados, e quem quer que seja, podem escolher quais os ensinamentos e leis são obrigatórias. Benvindo ao magistério self-service.
(b) A leitura do dito de São Vicente que o Sr. Ferrara e a FSSPX promovem -- você não está obrigado a nada que um papa vivo ou Concílio ensine, a menos que esteja em conformidade com a "tradição" (como é entendida pelos advogados, excomungados e leigos) -- é absolutamente errada.
Em um longo artigo, o teólogo pré-Vaticano II G. Bardy destrói esta teoria, porque "o direito de corrigir e definir a tradição autêntica... pertence à Igreja, herdeira da sucessão apostólica". Sem isso, a máxima de São Vincente "parece deixar cada indivíduo livre para escolher quais os dogmas são aceitos em todos os lugares, sempre e por todos", deixando, assim, "que a escolha pessoal tenha o direito de julgar em última instância."
Canon Bardy mencionou que esse foi o erro dos Galicanos e do proto-modernista Döllinger (excomungado mais tarde), que se opôs a infalibilidade papal no Vaticano I. (Dictionnaire de Théologie Catholique 15: 3051)
(c) Para apoiar sua afirmação de que as "novidades" do Vaticano II não são do magistério ordinário universal, e que, então, não são obrigatórias, o Sr. Ferrara cita a audiência de Paulo VI do dia 12 de janeiro de 1966: "Tendo em vista a natureza pastoral do Concílio, evitou-se proclamar de maneira extraordinária qualquer dogma com a marca da infalibilidade."
Isso não prova nada. "Extraordinário" refere-se a solene definições dogmáticas, que todos concordam o Vaticano II não fez.
Mas depois descobrimos que o Sr. Ferrara (seja por desonestidade ou descuido) deixou de fora o resto da frase:
"Mas [o Vaticano II], no entanto, dotou seus ensinamentos com a autoridade do magistério ordinário supremo, e que tal magistério ordinário (e, portanto, obviamente autêntico) deve ser docilmente e sinceramente recebido por todos os fiéis, de acordo com a intenção do Concílio a respeito da natureza e do âmbito dos respectivos documentos. "
Aham!
Se você aceita Paulo VI como um verdadeiro papa, portanto, o Vaticano II é parte do magistério ordinário universal. Como católico, então, você está obrigado a aderir á ele. Esse foi o meu ponto.
Ainda não está convencido? Aqui está a fórmula típica do final de cada documento Vaticano II:
"Toda e qualquer matéria declarada nesta Constituição Dogmática foram aprovadas pelos Pais deste sagrado Concílio. E nós, pela apostólica autoridade que nos foi dada por Cristo, juntamente com todos os Veneráveis Padres, no Espírito Santo, aprovamos, decretamos e estabelecemos estas coisas; e o sínodo estabelece assim, todas as coisas, a fim de serem promulgadas para glória de Deus ... Eu, Paulo, Bispo da Igreja Católica. Seguem-se as assinaturas do resto do padres".. (AAS 57 [1965], 71)
Que parte de "autoridade apostólica", "Espírito Santo" e "resto dos Padres" você não compreende?
Resumindo: O self-service doutrinário está encerrado. Se Paulo VI foi um verdadeiro papa, há apenas um prato no seu menu: Vaticano II.
II. A "igreja frankenstein" (Conciliar) é uma heresia?
Na parte II da sua série, o Sr. Ferrara me desafiou: "Mostra-nos a heresia!"
Bem, eu mostrei a ele a definição de heresia (cânon 1325), a sua distinção em três partes (citando Michel), o tipo de doutrina que deve ser negada (Michel), como deve ter sido proposta uma tal doutrina (Michel), os tipos de termos e proposições que constituem uma negação (Schultes, Michel), os requisitos para pertinácia (Michel), proposições de amostra da heresia da "igreja frankenstein" (dezenove exemplos, incluindo os do Catecismo e CDC de JP2), o artigo do Credo que a "igreja frankenstein" nega (Creio em uma só Igreja), como o Magistério entende este artigo (nove textos papais, um de de Groot), e, finalmente, como os princípios sobre pertinácia se aplicam aos papas pós-conciliares (Michel, Cardeal Billot).
Contra isso, o melhor que Sr. Ferrara me vem é com uma nota de rodapé de Dominus Jesus dando uma suposta interpretação "autêntica" da palavra "subsiste" na Lumen Gentium. Muito interessante.
Contudo:
(a) Por que devemos, repentinamente, ficarmos obrigados por uma nota de rodapé de uma declaração da cúria se, sob a hermenêutica Ferrara, tudo que o Concílio ensina, é opcional?
(b) Isso deixa o Sr. Ferrara dezoito proposições restantes da igreja Frankenstein (conciliar), com nove citações de papas pré-Vaticano II (a ponta do iceberg) e praticamente qualquer tratado de eclesiologia pré-Vaticano II escolhido aleatoriamente da prateleira. Boa sorte.
Mostrei-lhe a heresia, Sr. Ferrara. Agora mostre-me a ortodoxia.
Padre Anthony Cekada
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 (Internet, janeiro de 2006)
www.traditionalmass.org
www.SGGResources.org
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Prezados, boa tarde!
ReplyDeleteGostaria de entender as colocações abaixo no artigo acima, não estaria a palavra "jamais" colocada equivocadamente?
É so um esclarecimento que peço, com todo respeito, ademais, o artigo é excelente.
Portanto, a Igreja erraria se:
(A) jamais mudasse sua doutrina;
(B) jamais alterasse ou abandonasse a estrutura hierárquica
monárquica;
(C) jamais perdesse, substancialmente mudasse, ou abandonasse a missão apostólica de ensinar, governar e santificar as almas;
(D) jamais perdesse, alterasse substancialmente, ou abandonasse o poder das Ordens.