Um papa do século XIV foi "herege" e manteve-se papa, assim, também, Bergoglio deve permanecer papa, certo?
I. João XXII não foi um herege
Roberto De Mattei reconhece Francisco baseado no "herege" João XXII? |
(A) A doutrina sobre a visão beatífica ainda não havia sido definida -- o sucessor de João XXII, Bento XII viria a fazer isso.
Dr. de Mattei, talvez sentindo uma fraqueza em sua analogia devido a isso, hesita nesse ponto: quando se tornou o ensino comum sobre a visão beatífica, na época, John XXII "contestou a tese", "caiu em heterodoxia", "entrou em conflito com a tradição da Igreja sobre uma questão de importância primordial", "sustentou o ponto de vista", "re-propôs o erro", "tentou impor essa visão errada", etc.
(B) Depois, há o modo que João XXII, que havia sido um teólogo antes de sua eleição, empregou para apresentar seus argumentos e conclusões.
Aqui, o teólogo Le Bachlet diz que João XXII propôs seu ensino apenas como um "doutor particular que expressava uma opinião, hanc opinionem e quem, ao tentar provar isso, reconheceu que estava aberto ao debate." ("Benoit XII, "em Dictionnaire de Théologie Catholique, 2:. 662)
Portanto, é incorreto o Dr. de Mattei afirmar que João XXII propôs sua tese como "um ato de magistério ordinário sobre a fé da Igreja."
Além disso, no segundo sermão do papa, ele disse o seguinte:
"Eu digo com Agostinho que, se estou enganado quanto a este ponto, deixe alguém que saiba mais me corrigir. Para mim, não parece de outra forma, a menos que a Igreja declare com uma afirmação contrária [nisi ostenderetur determinatio ecclesie contraria], ou se as autoridades na Sagrada Escritura expressarem de forma mais clara do que o que eu disse acima." (Le Bachelet, DTC 2 : 662).
Tais declarações excluem o elemento de "pertinácia" própria da heresia.
Portanto, duas das condições que, por definição, são necessárias para existir a heresia, simplesmente não estavam presentes, no caso de João XXII.
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II. João XXII se tornou Papa validamente, enquanto Bergoglio nunca se tornou um
O segundo ponto que a analogia implícita do Dr. de Mattei falha é sobre a velada suposição de que, assim como João XXII, Bergoglio obteve validamente a autoridade papal em primeiro lugar, e que ele pudesse de alguma forma mantê-la, apesar da heresia pública.
Bergoglio, no entanto, era um herege público antes de sua eleição, e como um herege público, ele não poderia ser validamente eleito papa.
O princípio é uma questão de direito divino. Ao tratar os requisitos para a eleição para o ofício papal, inúmeros comentários pré-Vaticano II sobre o Código de Direito Canônico estabelecem explicitamente este princípio. Por exemplo:
"Aqueles capazes de serem validamente eleitos são todos os que não são proibidos por lei divina ou por uma invalidada lei eclesiástica... Aqueles que são barrados como incapazes de serem validamente eleitos são todas as mulheres, as crianças que não tenham atingido a idade da razão; além disso, os que sofrem com habitual insanidade, os não-batizados, hereges, cismáticos ... " (Wernz-Vidal, Jus CANONICUM 1: 415)
Fazemos apenas este ponto [mas] fornecemos mais citações em um artigo anterior, cujo título explica porque a analogia do Dr. de Mattei sobre "João XXII & Bergoglio" é falha: Bergoglio não tem nada a perder. [esperando ainda a tradução]
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Portanto, em ambos os casos - heresia e válida obtenção da autoridade papal - a analogia entre João XXII e Francis é mais uma barreira instável que deve ser derrubada para reconhecer a única explicação lógica para Bergoglio: Ele é um herege que nunca foi um verdadeiro papa para começar a conversa.
Qualquer outra coisa é conversa para boi dormir.
Rev. Anthony Cekada
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